quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Milhares de vozes em coro, como uma só voz. Trezentos pés, trocentas mãos;
eu sento e cinco são os braços que me puxam a cadeira. E eu sinto aqueles dedos ferventes me rasgando as roupas, me tocando a nudez de essência fina. Um vasculho visceral e compartilhava um calor que era meu e apenas. Fechei os olhos e tudo sumiu, e era eu num estádio de futebol sentada na grama muito verde, que de tão molhada me doía. Passei os olhos por aquelas faces, todas desconhecidas. Mas eu reconheci... reconheci a cólera nos olhos, que é a mesma em qualquer olhar. E entendi. Eu era qualquer um daqueles homens. Aquele, e aquele, e aquele e aquele.