sexta-feira, 4 de outubro de 2013

flor em pó

Escrevi umas palavras bonitas mas me dei conta: hoje eu escrevo como um mentiroso. Eu minto quando cuspo essas palavras doces que vc devora com tanta devoção. A verdade hoje me rasga e eu me escondo no escuro do quarto, eu que nao quero sequer ME enxergar. Hoje eu, definitivamente , "peço pra sair".

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

[me pinta um céu estrelado - imenso e calado]

...só imensidão.
Sou só
ou só imensidão?

terça-feira, 21 de maio de 2013

Desperta, dor. Mas sem caos.


Quero esse algo que me grita desalmado mas que não me diz seu nome, cheio de ironia.
Que se despeça, então, e me deixe inerte,
e na ignorância, que me dói bem menos!

Não aguento o vazio que sabe existir algo que o possa preencher. 
Até aceitaria os olhos vendados,
se eles não soubessem que um dia
já puderam ver.


Meu fim dos tempos, esse hoje.
Durmo e acordo sem saber se é noite ou dia,
se ainda é hora de ficar,
ou se é a hora de ir que se encaminha.

Sem poesia, esse rascunho.
Estou presa a essas linhas tortas, pretas, mortas,
escorridas como lágrimas
do meu punho.

sábado, 20 de abril de 2013

De mim

Essas noites em claro ainda vão me levar
à loucura ou à solidão.
Eu sou uma perdida nas horas,
A que gosta do perigo, do inóspito, do frio da rua vazia
A que não nega o colo e a embriaguez da liberdade absoluta

Quando a luz cintilante rasga a escuridão
é que eu me reconheço
e me desembaraço de qualquer casulo.
-Eu não sei negar o beijo febril que a noite me oferece-

Não sei desdenhar dos gritos adolescentes que atravessam minha janela ás quatro da manhã,
se também é minha a voz que grita ao mundo
Eu sou esse agudo, esse improviso,
sou esse algo que aqui se agita e quer sair e eu nem sei se o conheço...

Me sinto como nunca, nessas horas em que a vida anoitece pra eu logo amanhecer.
Risco, lampejo, poetizo, grito e emudeço.
Mas é bom lembrar, antes de enlouquecer:
Tem gente que vê bonito onde o mundo só vê avesso.


domingo, 7 de abril de 2013

Era como se algo me sussurrasse bem mansinho: Vai, voa. Você pode ser feliz.
E de tão feliz que me sentia, quis engolir a felicidade, pra que ela não me fugisse num disparo. Tão grande era ela, que engasguei.
Anda.Vem buscar essas lágrimas rasas de alegria que você deixou aqui, ancoradas nos meus olhos....


sexta-feira, 5 de abril de 2013

Eu lembrei de umas promessas que fiz entre os goles de uma bebida amarelo-prateada, na mesa de um bar mal iluminado. Era um roteiro redundante aquele, então quis me apressar. Sabia do suicídio declarado das minhas palavras, que nunca querem chegar ao fim da linha e se lançam logo. Então antes que seja tarde eu preciso te dizer: fica. Mesmo que. Ainda que. Mesmo quando. Fica.
E por favor, perdoe o meu pensamento rápido, a estupidez desses dedos que já nao me acompanham o passo, e tudo o que se perde nesse tempo espaço em que penso e te escrevo. 
Eu inventei umas lembranças que me acolhem nos braços enquanto eu espero voce chegar pra me reinventar de um jeito leve. 
Eu risquei na minha pele os seus passos abafados pra te sentir entrando, pra te sentir ficando, de um jeito tosco e febril, que sempre me desperta. 
   
(Eu tenho tatuado em mim um algo que só voce consegue ver, embaixo do meu vestido, embaixo da minha pele, dentro de onde eu faço sentido. Nenhum cinza me alcança e aqui o conta-gotas me transborda. Esse aqui, lugar em que me encerro quando fecho os olhos e existo...só existo.)

Precisava te dizer, ainda que saiba que o meu silêncio te diz muito mais. Eu me perco nessa toda confusão, mas algo aqui não me confunde. Sei bem do que hoje me faz vontade. Quero te dizer mais uma vez, da altura do desconhecido em que me lanço e em que você sempre me alcança. Fica.
Ainda assim, apesar de, ainda que. Você fica? 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Delirium de Gaiman, para delírio meu

Era doente o meu coração quando voce chegou, semente, e se fez logo flor.
Agora o seu rosto é o que me vem quando tudo aqui transborda. E transborda sempre, nesse sempre-agora.
Me sinto plena de suavidade. Sinto mesmo tudo muito doce nesse cinco de abril.
Me sinto muito, hoje. Te sinto mais.
A verdade é que já não sei onde começo e onde termino quando inunda os meus ouvidos a tua voz (e como embaraça os meus sentidos!)
Me sinto girando em torno do sol que é  você...
Meu coração agora sorri, enquanto eu assovio uma canção do Chico.
É você e o seu riso largo, toda essa melodia.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Me sinto viva. É como se fosse meu esse momento: a parede descascada, o ranger da porta ao lado, o piso frio de ceramica. Respiro. O perfume. O gosto. A escuridão.
O cabelo molhado que esfria o meu rosto é a minha sensação de liberdade. Meus esmaltes ja pela metade, a perna cruzada, os olhos cheios que eram vazios, isso sou eu.
Me sinto um quadro com camadas espessas de tinta. Amarelo. Azul. Vermelho. Vermelho...
Sou nota de flauta doce, sou corda arrebentada de um violão velho, sou metal que tilinta e a maciez da madeira. Sou mata fechada, o íngreme da ladeira, sou o palpitar de um coração apaixonado.
Sou quente, sou aquela respiração entrecortada, sou vela derretida e onda quebrando - não deixando de ser nunca a madrugada densa e calma.
Hoje me busco e me ganho - dia a dia - com riqueza de detalhes...

domingo, 24 de março de 2013

Pulei da cama, fiquei no sonho.

Encontrei a inspiração concreta na tortura eletrizante de te ver sorrindo assim: tão perto-longe de mim.
É a que me toma a caneta das mãos pra contar do teu sorriso, do teu cabelo vivo, dessa doce
aproximação.
A que me desembaraça, destrói os abismos e desfaz o soluço.
A que me faz impulso...
Surgiu entre as tintas dos teus quadros e os vãos entre os meus versos, num ritmo poético de auto-entendimento.
A minha liberdade vibra nas tuas cordas vocais (e é sensibilidade sua a geografia dos meus arrepios, o contorno dos meus ais...)
Um reconhecimento que jamais imaginei, aqui se faz - no espaço em branco de um espasmo de alegria.
Me faz querer ser assim, tão eu
pra te ter assim, tão voce
e então saber -se já nao sei-
que aquele ali é o meu lugar certo.
O meu lugar perto.
O meu lugar seu.

sexta-feira, 22 de março de 2013

menina dos sonhos

Não sei se gosto mais quando seus olhos me sorriem ou quando sua boca me olha.
Seu sorriso me desarma, seus olhares me enternecem. De voce sinto saudade antes mesmo de acordar...

Aquela hora em que ela nao sabe se vai sem querer ou se fica sem poder. A hora morte. A hora adeus de um adeus que já nao se propagará.
A hora da demora, da desculpa, dos mil e um questionamentos que anoitecerão sem resposta.
A hora que se arrasta e que me arrasta. A hora agora.
A hora que grita o abandono, que chora a perda e evita o caos do profundo sentimento.
A hora amanhecer. A que no fundo já nem me limita,
eu que, sem limites, já nasci pra ser...

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013




Mesmo que você me diga que ta errado o português, foi assim que eu a vi pela última vez...

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

sol riso

Sorria, e com seu próprio riso se engraçava e ficava sem graça.
Era como um jogo sem perdedores no final.
Eu sabia ser aquele um momento de doçura plena, desses raros que a gente tem na vida. Até respirar me inspirou cuidado.
Um sopro sequer seria brutalidade.

O sol demorou a vir, naquela noite-dia.
Se compadeceu de mim, da minha vontade de te filmar, te congelar, te eternizar no tom sobre tom alaranjado.

[...]

O sol nascia em sua face, enquanto eu a contemplava;
Fresca sensação de primavera.

mais um rascunho perdido por aí...

Levou uma bofetada no meio das fuças, que lhe acordou, e se deu conta de que era só uma lembrança malcriada.

É hoje! É hoje- o dia me gritou- e saí correndo pelo meio do caminho (só mais um caminho) vomitando muito, muito. De nervoso. De saudade.
O dia hoje não foi nada manso comigo. Ele foi cruel. Me torturou em cada um dos seus segundos. Veio armado. Armado de lembranças até os dentes...
Hoje a sensibilidade me abarrotou. Me arrebatou. Sinto tudo com mais intensidade, com mais confusão. Queria enrolar os seus cabelos nos meus dedos e ficar assim uma tarde inteira de preguiça. Queria te levar pra jantar naquele restaurante de sempre e que a gente chegasse em casa cansadas demais pra fazer qualquer outra coisa senão dormir, cada uma no seu canto, mas de mãos dadas.

O tempo é muito estúpido com a gente de vez em quando.E às vezes é a estupidez é nossa, quando acha que ele nem passou...


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Tudo parecia diferente, embora estivesse tudo igual. Só mais uma ilusão...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

rascunho antigo em bolso de calça (pra nao perder)

Rasguei minhas defesas todas, como se fossem tecido esmaecido (e essa saudade que não é nem um pouco...)
Uma dor latejante me embrulha o estômago e quase parece uma ponta de esperança. Tudo aqui grita a sua falta. Os móveis da sala de estar já não mais querem estar sem você. A cozinha parece muito maior agora, tão grande como você sempre quis, só pra você voltar. Caem flores secas na varanda e tudo cheira a hortela e manjericão. É... tudo aquilo que voce plantou.
Esse recanto sem você é ninho abandonado. E o meu coração, grande demais pra tanto vazio.
Meu amor tá por aí, ainda te procurando....

pitanga

Se não resisto, se não insisto um pouco mais
não é que seja jamais, tampouco em breve, tão logo adeus.
é que às vezes falta paz, às vezes sobra paz
mas a gente acaba errando, sempre, a divisão.
O quanto era diversão, o quanto fui completa,
Ou já não lembro, ou já não sei
Fui feliz um tanto que não meço,
E se hoje me despeço é pra não afogar
O que era belo, e o que sobrou
(não vamos compilar só o que é triste, deixa isso pra lá...)

Eu desejo que no seu caminho existam sempre novos caminhos. E que sejam doces.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013


A noite não veio.
Sorrateira, me aconchegou no seu peito e enlaçou as minhas pernas nas tuas, até que tudo adormecesse, menina...até que tudo amanhecesse.

do que sobrou de bonito

Cílios que parecem cerdas de pincel de artista.
Bater de asa de borboleta.
Uma piscadela.
Obra de arte.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Cabeça cheia, coração vazio.
E esperando a hora de trocar os adjetivos de lugar.
A hora certa...