sábado, 21 de junho de 2014

isabelleando


Me vi no meio e só no fim veio a coragem. Mas nada eu quero que não seja o meu início.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Me dizem que não sei viver só. Que quando só sou muito triste, que nunca estou satisfeita.....Mas, ei, moço, entende. Se sentir triste quando a tristeza é rasa, é busca: não me faz infeliz. Esse vazio faz parte de mim, e não suporto quando estou cheia demais, porque assim me perco. Algo está errado, mas ein! Me esvazia aqui, seu moço, eu preciso de solidão.

Às vezes eu reclamo tanto do vazio, e ele, coitado, me é tão bom. Vem, que de bom grado eu te recebo, rasidão.  Busca é o que eu sou. Sem ela fico esse cheio sem propósito, um o-que-vamos-comer-hoje-a-noite sendo repetida com a conveniência de quem sabe se encaixar. Mas, vou gritar pra mim, que parece que esqueci. EU NÃO QUERO ME ENCAIXAR! Eu amo a solidão tanto quanto ela me ama, e vem cá,seu moço, escuta bem que é pra não sair repetindo aos passarinhos uns despropósitos que eu já ouvi. Não é que me caia bem a tristeza, não é que me vista bem o despreparo. Me cai bem a nudez de alma. E a minha é assim: livre, amante da beleza, dos minuciosos detalhes que eu só encontro quando meus olhos estão desocupados demais, sozinhos demais, parecendo tristes. Essa tristeza aparente, seu moço, né tristeza não. É espinho de rosa mal compreendido; é o efeito colateral do meu lado emocional gritando que puta merda, a vida tem algo a mais. Algo de bonito. Algo que eu tenho um pedaço em mim. Esse algo que só vejo quando estou assim, sentada sozinha na beirada da madrugada, esperando o sol me dizer bom dia enquanto fumo o meu cigarro e planejo estar comigo nas próximas horas.
Estar só não significa não ter alguém. Significa poder estar, em algum momento, com a própria companhia. Esse ensejo à solitude é a fagulha da minha personalidade que acende o que há de verdadeiramente belo em mim. É aqui que eu escrevo, que eu desenho, que eu canto desafinado e escuto a mesma música quinhentas vezes reparando na mão na moça apertando o vestido enquanto canta, porque ali ela também está só, e é ali que tudo nela explode. A bendita solitude, que hoje é minha melhor amiga, me convém e me cabe como mais ninguém.