terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Eu tava ali naquele breu, sentindo o peso dos braços em cima do diafragma - sobe...desce.
Me encarei. Eu não vi o que a menina viu no espelho doze anos atrás, enquanto machucava a madeira no espelho. Mas eu me vejo na caneta derrapando e deixando meia linha em branco de costume no caderno.
Tudo em mim - passado, presente e futuro.
Uma ânsia diagnostica minha pouca estabilidade emocional. Eu tentei uma tal de dissociação da realidade que falhou e me trouxe até aqui.
Eu tava ali naquele breu, cutucando um machucado. Eu sabia onde tudo ia dar, mas fui pé ante pé. E vou. E corro o risco. E pago pra ver...pago.
Acho que o preço foi alto demais...a liberdade, o não-voltar-atrás. Vomito o que me vem em bolas de pêlo repetidas. A minha impaciência, a juventude gasta...
O vento batendo no rosto me lacera o orgulho, as luzes da cidade me cegam, o que era transviado se acalmou e eu me vejo buscando nos bolsos ingressos de um filme qualquer. Eu sequer gosto de drama - penso - mas me calo com meia dúzia de pipocas.
A luz do celular piscando no breu, eu procurava... (era qualquer coisa piscando em mim? nada...)