Me sinto viva. É como se fosse meu esse momento: a parede descascada, o ranger da porta ao lado, o piso frio de ceramica. Respiro. O perfume. O gosto. A escuridão.
O cabelo molhado que esfria o meu rosto é a minha sensação de liberdade. Meus esmaltes ja pela metade, a perna cruzada, os olhos cheios que eram vazios, isso sou eu.
Me sinto um quadro com camadas espessas de tinta. Amarelo. Azul. Vermelho. Vermelho...
Sou nota de flauta doce, sou corda arrebentada de um violão velho, sou metal que tilinta e a maciez da madeira. Sou mata fechada, o íngreme da ladeira, sou o palpitar de um coração apaixonado.
Sou quente, sou aquela respiração entrecortada, sou vela derretida e onda quebrando - não deixando de ser nunca a madrugada densa e calma.
Hoje me busco e me ganho - dia a dia - com riqueza de detalhes...
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