sexta-feira, 28 de junho de 2024

e vc?

Procurando água em chão árido e ainda sigo, que sou feita de matéria não estudada,
e de espera não cronometrada, 
e de amor que nesse mundo ainda não foi medido...
e nem contado.

Eu só tô tentando ser. 
e você...
e você?

Eu olho as estrelas e aqui eu sei que
me demoro

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Eu penso em escrever palavras que você nao vai ser capaz de entender. Eu lembro, nesse meio tempo, que quem me viu nascendo, foi você. 

As vezes - deve ser delírio - eu me pego achando que seria bom. Eu penso em tomates maduros e sorrisos sonoros... será que é frisson?



A gente errou quando não quis dizer. A gente errou. Eu fui capaz de te desconhecer. Me diz:  como não dizer que a gente errou? 

Sei lá se isso aqui já nem existe. Sei lá se é bonito porque é triste. Mas ele é. Ele sorri, ele te vê. Não tá inerte. Ele consiste. Não se renega, como julgar? Onde houve breu, luz haverá. Amor não se justifica, porque é fim na própria substância. 

Se fosse só...

Não seria um eco em bemol. 

terça-feira, 5 de março de 2024

o castelo

Se eu sorrir daqui. Cê me lê?

Se eu te acenar. Cê me vê? 

Tô guardando fôlego, internalizando. Tô me perguntando. É você? 


segunda-feira, 25 de setembro de 2023


Como negar a realidade,
se era ela que batia nas portas do seu peito?
Era talvez, uma perdida
Era talvez feita do que se faz o caos quando acontece,
era a propria desorganização, como sentia que tudo em si agora acontecia.
Não sei falar sem que tudo me embaralhe.
São só palavras.
Repito pra mim, sou só palavras.
Desembaraça, nó no peito, que quero ir embora.
Me quero solta, sou furacão.


São só palavras, coração, não arde tanto, não me faz parar
Não mais se alarde com essa confusão
Que eu te confesso que dói hoje como nunca
Quero buscar, preciso sair, me traz a chuva desse verão!
Meus dedos endurecidos procuram as teclas querendo gritar. Mas já não gritam, estão frios demais.
Sinto um novelo me emaranhando, as frases feitas ecoam tanto, que não sobra espaço pro que quer dançar.

terça-feira, 8 de novembro de 2022

Muito barulho

Eu nem sei. Essa é a mesma rede. Verde. Verde. E eu o que sou? O mesmo espaço em branco. Melancolia. Saudade do que não sei. Nostálgica. Ocre. Embaçada num frio inesperado. Camada densa de poeira sob os pés. Algo me trava. Entrave. Engasgo. Solidão. Trilha sonora de uma mente de lembranças. Expiração de um hálito embriagado de esperança interrompida. Arco íris de cores misturadas, opacas e densas. A correria de um dia que não acaba, entrecortado pelas noites maldormidas. Embalo de uma poesia musicalizada que dói no fundo. Frio que corta e que não quero dissipar. Me sinto viva. Pés dentro do rio. Correnteza acentuada de dentro para fora. Onda imensa de imensidão. Profusão. Eu. Aqui e agora e ainda assim ali e até antes e perto do até já e de depois. Rabisco que não virou desenho, lampejo que jamais se concretizou. Trilha arranhada de uma estrondosa mente de lembranças. 

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Gole seco

Lembrei de um dia que eu li que tudo o que não pode ser, é poesia, e hoje amanheci poeta. 

Tudo o que tem que ser tem uma força imensa, mesmo. Tudo o que não pode ser, também. 

E é bonito e triste como quando canta um pássaro sozinho. 

E dói como um corte de lâmina fria que nunca, nunca, nunca cicatriza. 

Queria ser andorinha, essa manhã, e saber voltar pra casa, como quem conta uma história de partidas, regressos e porto seguro. 

Mas hoje eu sou só silêncio, ninho vazio e uma imensa escala de cinza.