à loucura ou à solidão.
Eu sou uma perdida nas horas,
A que gosta do perigo, do inóspito, do frio da rua vazia
A que não nega o colo e a embriaguez da liberdade absoluta
Quando a luz cintilante rasga a escuridão
é que eu me reconheço
e me desembaraço de qualquer casulo.
-Eu não sei negar o beijo febril que a noite me oferece-
Não sei desdenhar dos gritos adolescentes que atravessam minha janela ás quatro da manhã,
se também é minha a voz que grita ao mundo
Eu sou esse agudo, esse improviso,
sou esse algo que aqui se agita e quer sair e eu nem sei se o conheço...
Me sinto como nunca, nessas horas em que a vida anoitece pra eu logo amanhecer.
Risco, lampejo, poetizo, grito e emudeço.
Mas é bom lembrar, antes de enlouquecer:
Tem gente que vê bonito onde o mundo só vê avesso.