Queria eu reler as entrelinhas da sua íris e te fazer sorrir com todo nosso reprise
Mas é que agora eu sinto que é tarde
(a madrugada é que dá a toada
ou o cansaço que bateu demais e ainda arde?)
Eu já não sei quem sou quando você se dá assim: um dia de um jeito, e no seguinte, do avesso. A esperança se petrifica, seca, na minha mão e ainda doem os meus ouvidos. Foram muitas promessas de uma vez, você sabe, impossível seria se não tivessem me doído.
Mesmo em você eu estive só. Na solidão que só conhece quem acredita que o melhor vem logo vindo - e espera, primeiro sorrindo, depois com a boca muda, os olhos mudos, o coração quase fugindo.
Hoje sou o passado em mim, um prato frio. Sou o café esquecido de um descaminho.
Ai, menina...onde nos separamos? quando o "pra onde vamos?" me fez pestanejar?
Quando foi que a gente se perdeu do que já fomos e nos tornamos tão superficiais? Qual foi a parte de mim que voce mudou e qual parte de você eu mudei, nesse processo longo (e louco?) que só nos fez mal?
Será que não eram nessas partes que estavam os motivos pelos quais nos apaixonamos um dia? Será que a gente não matou o mais bonito num grande efeito colateral?
Será que não eram nessas partes que estavam os motivos pelos quais nos apaixonamos um dia? Será que a gente não matou o mais bonito num grande efeito colateral?
Um algo em mim morreu de morte matada e não sei se isso eu posso ressuscitar
Minha cabeça gira em torno de mim, como se estivesse fora do corpo
e eu me vejo enlouquecendo querendo te perguntar:
o ocre do anoitecer é o nosso amor que vai morrendo
ou a manhã traz ainda a chance da gente se reinventar?
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